Primeiro período em "Quebrando Paredes (na teoria)"

Na aula de AIA do dia 15/05 foi proposto um comentário acerca da experiência de sintegração do livro "Lições de Arquitetura" e o que foi discutido e absorvido nela. 

No post de hoje irei comentar, primeiramente, dos temas selecionados para mim, os lugares da faculdade visitados e por fim o que foi discutido e absorvido com essa dinâmica.




No começo da aula, foi explicado que ao invés do modelo Assembleia para discutirmos o livro "Lições de Arquitetura" , no qual todos discutem um assunto até seu fim e depois passam para o próximo, nós usaríamos um sistema chamado de Sintegração. Esse sistema exigiria uma grande quantidade de linhas aqui para ser explicado, o que não é o objetivo desse post. Dessa forma, explicarei de forma rasa e rápida como funciona esse sistema para se ter uma ideia da dinâmica, mas não me aprofundarei.

A Sintegração é um sistema de discussão baseado em rodadas, no qual um grande grupo de pessoas é dividido em grupos menores e aleatórios e esses irão alternar os debates entre si. Nesses grupos são escolhidos temas e lugares para cada grupo, fazendo com cada grupo nunca pegue o mesmo tema e que, a partir do debate, possa repassar as conclusões para outras pessoas e, assim, todos os temas sejam discutidos com igual importância num mesmo período de tempo. Além disso, também existe três divisões de funções rotativas: o Debatedor que debate com outros durante 20 minutos, o Crítico que, após os vinte minutos, irá apontar por cinco minutos sobre a discussão, pontos faltando e outras coisas e, por fim, o Observador  que deve observar tudo e fazer anotações para levar a outras discussões quando alternar de função.

OBS: Peço desculpas se minha explicação não foi suficiente para a compreensão, mas, infelizmente, não consegui encontrar uma explicação melhor na internet.

Depois de ser explicado o funcionamento da dinâmica, foi decidido que seriam feitas quatro rodadas com diferente temas e lugares dentro da EAD (Escola de Arquitetura e Design). Os lugares e temas escolhidos foram, respectivamente: 
  • Pátio atrás do DA / Estrutura e Interpretação; Forma e Interpretação

  • Hall Elevador Bicicletário / Lugar e articulação
  • Hortinha do caminho da escada de metal / A Rua; O domínio público;
  • Hall Elevador Bicicletário / Incentivos; Forma como instrumento
Não cabe a esse texto fazer uma descrição dos eventos em forma de relato que nem feito no último post desse blog (Inhotim e afins). Portanto irei fazer mais um debate sobre as coisas discutidas e os pontos que foram feitos durante esse trabalho.



O título de hoje vai exemplificar um pouco a discussão de hoje, já que essa ideia de "quebrar as paredes" foi muito enfadonha durante a dinâmica. A proposta desse trabalho sempre foi analisar o livro e os ambientes, mas algo que, recorrentemente, ocorreu foi a proposição de soluções, quando não se deveria pensar nisso ainda. Dessa forma, o "quebrar paredes" mostra como na verdade nós ainda estamos muito preso na ideia de proposição e como nós temos muita dificuldade de analisar o lugar como ele é sem propor uma resolução rápida.

Entrando agora no contexto do livro, o primeiro conceito que eu gostaria de comentar é o de Articulação, que vai falar como o tamanho do espaço pode afetar na articulação do arquiteto e das pessoas, uma vez que um espaço pequeno demais limita e um grande demais desanima para uma possível modificação. Uma sala gigante é uma sala vazia e desanimadora, se o espaço é grande demais não tem como modificá-lo satisfatoriamente e, por isso, pode acabar mais limitando do que abriando a novas oportunidades.

Além desse ponto inicial, foi muito discutido sobre a subtilização desses espaços e as oportunidades que neles existem. No livro "Lições de Arquitetura" existe o conceito de Competência, que é a capacidade de abrigar significados e a Flexibilidade, que é a capacidade de abranger várias modificações conforme as necessidades. Analisando os ambientes e discutindo o livro vimos como esses lugares possuem um grande potencial, esperando para ser explorado e que muitas vezes, por falta de interesse ou por não comunicar com as necessidades atuais das pessoas, estão sendo subutilizados.  

Por último, gostaria de pontuar sobre o conceito do público e do privado e como muitas vezes não somos convidados a interagir com o ambiente, mesmo que este seja público. A forma como o ambiente é estruturado pode vir a aproximar ou afastar muitas pessoas a depender de como ele foi construído, um exemplo muito claro disso é a Hortinha da EAD, que, mesmo sendo pública, não convida novas pessoas a cuidarem delas e causa um sentimento de invasão de propriedade alheia quando tentamos mexer. Isso ocorre por a horta estar isolada e com um finito espaço para plantar, logo, as pessoas que chegam ali se sentem como se aquele canteiro já tivesse um dono e que não pode ser modificado.

Podemos ver como essa discussão nos locais ajudou a abrir nossa cabeça para novas visões dos lugares e ajudar a percebê-los por meio de uma análise mais crítica do que só "quebrar paredes.

Agradeço de verdade quem ainda está aqui e desejo uma boa noite a todas as pessoas que estiverem lendo esse texto.

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