Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?
No ano de 1982, estreava nos cinemas o filme de ficção científica "Blade Runner" que mudaria o gênero e o cinema para sempre. A obra conta a história de um caçador de androides que caçam os chamados "replicantes", robôs criaram consciência e vivem infiltrados na nossa sociedade. O filme aborda as questões filosóficas por trás disso e analisa se esses robôs podem pensar como seres inteligentes, coisa que é ainda mais explorada no livro que deu origem ao filme. Ao contrário do que o raciocínio lógico indica, "Blade Runner" foi inspirado não no livro de mesmo nome, mas sim no livro do Philip K. Dick nomeado "Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?".
Na última aula de AIA, no dia 30/03, foi proposta uma discussão sobre os temas trabalhados e sala e nos últimos posts, por isso, hoje, iremos comentar e debater mais aprofundadamente sobre Inteligências Artificiais.
O começo do texto eu citei duas obras que vão dialogar muito com o nosso texto hoje, mas não como um futuro próximo e sim como algo que não irá ocorrer no âmbito de inteligências artificias. Arrisco a pontuar que os outros problemas apontados, como a crise climática e o aumentando das contradições do capitalismo, são bem mais palpáveis, atualmente, do que uma possível revolta das máquinas, coisa pontuada no texto A falsa promessa do ChatGPT. É claro que as discussões sobre as substituições de empregos e como essas inteligências estão sendo utilizadas são válidas, mas nosso debate hoje vai ser mais voltado para as questões conceituais e filosóficas dessa tecnologia.
Durante as aulas de AIA, uma das coisas que mais me chamou a atenção foi como todos na sala (eu incluso) parecíamos não ter uma noção clara do que é uma inteligência artificial e existe uma razão para isso: é uma tecnologia nova que se modifica rapidamente, nunca se sabe ao certo do que ela é capaz ou como funciona exatamente, deixando as pessoas a mercê da tecnologia.
Essa questão está sempre recorrente nos textos de Flusser, nos quais ele debate como a humanidade atualmente está "refém" das suas tecnologias e não consegue usá-las como ferramenta sem cair nas armadilhas das tecnologias, isso vai ser pontuado de forma sensacional no texto já citado aqui anteriormente chamado "Animação cultural".
Nossas noções contraditórias de controle total das tecnologias, enquanto sabemos que por elas somos manipulados, nos leva a questionar se uma moralidade ou autonomia seria possível, mas, sinceramente, eu acredito que não, as tecnologias que nós temos são capazes de reconhecer padrão e replicar ideias, mas eles não são capazes de criar, ou pensar.
Talvez estejamos fazendo as perguntas erradas. Quando vemos essas IA com milhares de Terabytes de dados, escrevendo perfeitas receitas de bolo de morango, ao invés de pensarmos: Meu deus, essa inteligência se rebelará contra mim? Talvez devéssemos pensar: Quem controla esses dados? De que serve essa tecnologia para eles? ou Como estão sendo utilizados?
Assim, retornando a pergunta debatida no começo do texto e no livro que deu nome a esse post nomeada "Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?" podemos concluir que não, nossos "androides" atuais não sonham com ovelhas elétricas, pois eles não tem a capacidade de sonhar, eles são ferramentas utilizadas por seres humanos, esses sim com capacidade de sonhar e com objetivos.
Muito obrigado por lerem e uma boa noite para todas as pessoas que visitam esse blog.
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